Projeto 2010

ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Prefeitura Municipal de Cabo Frio
Secretaria Municipal de Educação

ESCOLA MUNICIPAL DOMINGOS GOUVÊA

Andréa de Carvalho Nascimento

PROJETO

A DISSEMINAÇÃO DOS TEXTOS




Cabo Frio
2010
ANDRÉA DE CARVALHO NASCIMENTO


SALA DE LEITURA

Cabo Frio
2010

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 05

JUSTIFICATIVA 06

OBJETIVOS 09

METAS 11

METODOLOGIA 13

CRONOGRAMA 15

AVALIAÇÃO 16

REFERÊNCIAS 17



INTRODUÇÃO

A sala de leitura é um espaço escolar destinado às atividades de compreensão e conquistas de novos interesses literários. O projeto “A Disseminação dos Textos” foi desenvolvido com o objetivo de atrair os educandos para um mundo literário diferente e diversificado proporcionando-os a refletir sobre as variações textuais, linguísticas, regionais, sociais e individuais que estão ao entorno de todos nós acerca das nossas diferenças culturais.
Estamos diante de um quadro comprometedor de pessoas que não tem tempo para se dedicar à leitura. O fato de ler ser mais importante do que escrever considera que quanto mais o leitor se aperfeiçoa, mais ele será capaz de compreender os sabores da produção escrita.
Ler e escrever correspondem a um processo de compreensão/expressão de significados, o objetivo primordial da leitura é a apreensão e compreensão da criança ao que lhe está mais distante visando à comunicação, à aquisição de conhecimentos... à troca.(Cagliari,1993)
A leitura oportuniza transformações no comportamento, reflexão, autonomia, superação. O aluno deve ser incentivado a freqüentar uma sala de leitura. Os estímulos que o atrairão devem partir de atividades lúdicas e motivadoras que despertem a curiosidade e o interesse.
Várias atividades foram projetadas para ‘disseminar’ os textos literários que contribuirão para uma aprendizagem significativa e prazerosa. As aulas ministradas serão planejadas em equipe e avaliadas mensalmente para acertos, correções mudanças, sugestões de novas atividades, troca de informações e adaptações.
Os temas desenvolvidos no projeto durante o ano letivo serão elaborados em equipe, embora a Direção já tenha algumas sugestões. Os encontros deverão acontecer semanalmente com elaboração de atividades individuais e coletivas. A aceitação do projeto “A Disseminação dos Textos” depende da contribuição e resposta dos alunos que serão responsáveis diretamente das proposta elaboradas correspondendo com suas ações transformando-se em cidadãos com experiências, sabedorias e opiniões.e cidad


JUSTIFICATIVA

O presente projeto tem por objetivo desenvolver o estímulo à leitura. Esta pesquisa propõe, assim, reflexões metodológicas acerca do processo de aquisição de leitura e escrita voltadas para uma aprendizagem significativa, de modo a contribuir para um desenvolvimento qualitativo de produções individuais e coletivas.
A leitura é uma atividade escolar voltada para a formação dos alunos, com um desenvolvimento complexo que envolve problemas semânticos, culturais e ideológicos.
É a continuação da escola na vida das pessoas, pois o que se deve aprender na vida é conseguido essencialmente através da leitura. As pessoas que não têm este hábito, tendem a apresentar dificuldades na comunicação, no sucesso profissional e pessoal. Os desprovidos da leitura que são os denominados analfabetos vivem socialmente, mas são empobrecidos culturalmente, pois só a existência de vida não garante uma trajetória diária sem esbarrar em situações que sejam necessárias a leitura.
Como afirma Freire (2006) a leitura do mundo precede a leitura da palavra, mas somente a compreensão da linguagem não é suficiente para conseguir um desenvolvimento pessoal na sociedade. As apropriações dos signos linguísticos atuam pela convencionalidade social e exigem que individualmente o cidadão seja integrante do processo da leitura e escrita.
Ler é uma atividade complexa e ideovisual, pois a leitura depende do que está diante dos nossos olhos e reflete no que o leitor está vendo nas informações que ele tem disponível em sua estrutura cognitiva. Caso o leitor não tenha a informação não visual (da escrita dos signos) fica difícil somente fazer e leitura da informação visual. Pode até acontecer, mas será realizada de acordo com o que ele entendeu e não exatamente o que se pretendia transmitir no texto.
A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quando se escreve, o objetivo é fazer com que o que foi escrito seja lido, entendido. Esta leitura deve ser diversificada, proporcionando variedades de textos com significados para o leitor. Textos com propostas reprodutivas e de memorização tornam-se cansativos e fazem com que as pessoas desistam de continuar buscando interesses literários.
A motivação pela pesquisa e elaboração do projeto foi resultado de interesses e curiosidades sobre o tema, tendo estímulo em reuniões e cursos em que eram apresentadas propostas de mudanças na alfabetização, através da aquisição de leitura para uma qualidade de ensino que fosse capaz de transformar o leitor de poucas palavras em um leitor interessado na literatura de diferentes gêneros textuais.
Vivemos num mundo em que é mais importante ler do que escrever. Mas o que podemos encontrar na maioria das escolas como metodologia e propostas de ensino é que o aluno esteja sentado reproduzindo atividades elaboradas pelo professor com respostas obvias ao que lhe fora solicitado, buscando um comportamento reprodutivo, sem desafios ou estímulos do aprender a aprender.
O fato de a escola em geral não contribuir para que os alunos sejam leitores traz consequências significativas para eles, pois, futuramente pode ocorrer a evasão escolar, ou ficarem assustados num momento em que precisem escrever um texto. Encontramos situações corriqueiras no universo escolar e até mesmo na prática social em que quando solicitada para desenvolver uma produção textual a pessoa sente-se incapaz e apresenta um quadro de pavor ao saber que vai escrever para outra pessoa ler.
São situações criadas na própria escola em que há a dicotomia do aluno da Educação Infantil e do aluno do Ensino Fundamental. Na Educação Infantil são criadas condições de leituras motivadoras, coloridas, rotineiras que busca a participação de todos os alunos que tem ou não o conhecimento linguístico; são influenciados pelos professores a criar, contar, dramatizar. O que encontramos no Ensino Fundamental são professores comprometidos com o ensino do conteúdo programático sem motivação, abandonando os sonhos e conquistas dos alunos, tornando-os seres bloqueados, inseguros, sem motivação.
A aproximação da produção escrita das necessidades enfrentadas no dia-a-dia requer desenvolver e mudar o comportamento dos leitores/escritores, levando-os a participar de forma efetiva e eficiente de atividades da vida social como leitura de jornal, receitas, cardápios, charges, gráficos e outros gêneros literários que aparecem a todo o momento nas diversas leituras textuais ou não textuais que estão espalhadas pelos arredores. Não se lê da mesma maneira um folheto de divulgação ou um livro literário. São estratégias diferentes para apreender as informações contidas nos textos e no interesse individual. São leituras multiformes que concretizam a curiosidade do leitor.
O incentivo para a prática da leitura deve ser espontâneo, sem que haja relação com qualquer tipo de avaliação. Várias atividades lúdicas podem ser desenvolvidas no ambiente escolar para que se possa ter a clareza da participação de todos. A diferença entre ouvir a fala e ouvir a leitura está em que a fala é produzida espontaneamente, ao passo que a leitura é baseada num texto escrito, que tem características próprias diferentes da fala espontânea. (Cagliari, 1993, p.155)
Quanto mais se pratica a leitura mais se desenvolve a oralidade e a compreensão das variedades literárias. A entonação de voz para diferenciar os textos deve ser relevante no processo de leitura, observando a composição dos textos que serão lidos, o leitor entenderá que há variações que devem ser respeitadas, juntamente com a pontuação.
A criança que cresce condicionada a ouvir vários tipos de leitura tende a apreciar e aproximar-se com mais interesse do processo do que as crianças das classes desfavorecidas que muitas vezes só tem acesso a leitura quando estão presentes no universo escolar.
Cabe à Instituição escolar ampliar as experiências das crianças de modo que possam ler e produzir diferentes textos com autonomia.



OBJETIVOS

OBJETIVOS GERAIS

Criar situações de leitura e escrita, através da diversidade literária, propondo condições de o leitor adquirir autonomia e habilidade para aprimorar e/ou melhorar a condição de sujeito alfabético em sujeito transformador.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a)da leitura:
  • Ler com autonomia e proficiência.
  • Ensinar procedimentos para os tipos de leitura.
  • Distribuir diferentes textos.
  • Observar a estrutura de um livro.
  • Fazer a leitura deleite.
  • Aproveitar a produção escrita para a leitura deleite.
  • Consultar os dicionários.

b)da estrutura física:
  • Distribuir os livros em estantes ao alcance dos alunos.
  • Separar os tipos de textos.
  • Organizar espaços adequados para atendimento individual e ou coletivo.

c)do trabalho interno:
  • Compartilhar idéias e sugestões de atividades.
  • Abordar os conhecimentos gerais.
  • Pesquisar músicas e atividades motivadoras.
  • Estimular a locação de livros.
  • Promover o trabalho coletivo, através de produções textuais.
  • Escolher os materiais de acordo com a faixa etária e os interesses individuais.

d) do trabalho em equipe:
  • Participar de reuniões pedagógicas.
  • Planejar junto aos professores e equipe.
  • Priorizar o trabalho do professor.
  • Apresentar através de relatórios as dificuldades encontradas.
  • Atender especificamente alunos com desinteresse literário.
  • Relacionar os alunos com baixo rendimento e estimular a produção escrita e oral.
  • Participar de COC.


METAS


Pretende-se fazer um trabalho integrado à Equipe Técnico-Pedagógica, Direção, Docentes e Responsáveis dos alunos, delimitando as metas coletivas para cada período, facilitando o desenvolvimento contínuo e progressivo dos estudantes.
O acesso à leitura de muitos alunos é feito somente no universo escolar e, portanto, deve-se estimular que ele busque através de interesses próprios hábitos de leitura que possam proporcionar melhoria na oralidade e na ortografia. Quanto aos alunos com acesso maior a literatura deve-se propiciar que além de demonstrar o interesse e ampliar o horizonte, incentive o seu colega a perceber a importância do ato de ler. Freire (2006 p.69) afirma que ninguém sabe tudo, todos nós sabemos alguma coisa; não será a diferença social do aluno que afetará a condição leitor. Muitos são leitores em grande escala, outros em menor escala, mas, sempre há a condição principalmente na escola de incentivar que ele se torne capaz de desenvolver esta habilidade.
O desenvolvimento anual será a realização de atividades voltadas para os temas propostos pela Direção:
Projeto Resgatando Valores ( festejando as datas comemorativas)
Educação Ambiental X Economia (Salvar o meio Ambiente X Crise Mundial)
Projeto “Dono da Bola” ( Copa do Mundo)
Continentes (Diversidade Cultural)
Para que os alunos entendam e participem das situações sociais há a necessidade de envolvê-los e estimular a curiosidade através desses temas e outros que possam surgir de acordo com reuniões do grupo.
As variações linguísticas e regionais serão propostas sugeridas para adaptação e respeito, apresentando a todos as diferenças existentes no nosso país de acordo com o dialeto de cada um, superando os eventuais problemas de comportamento que possam surgir para com o colega.

O processo de alfabetização de natureza linguística que evidencia um progressivo domínio das relações entre os sistemas fonológicos e os sistemas ortográficos da Língua Portuguesa é outro fator a evidenciar. É através do processo cognitivo que a criança supera as dificuldades do dialeto que domina para a língua escrita e culta. Para que esse objetivo seja alcançado há a necessidade de ofertar a criança um ambiente que lhe proporcione experiências literárias que o motivem a exercer o gosto pela leitura e consequentemente pela escrita.
Disseminar a produção escrita, fazendo o aluno acreditar em si mesmo com liberdade e reflexão do que está produzindo, transformando as suas ações cognitivas qualitativamente.
Atingir o número máximo de alunos leitores com condições de alocar, ler e interessar-se pela diversidade do acervo da sala de leitura.


METODOLOGIA


A metodologia utilizada será voltada para o despertar de interesses nas obras literárias, ao estímulo à leitura e à escrita.
A noção de flexibilidade no ato de ler, refere-se à capacidade de variar estratégias de leitura de maneira a entender melhor uma variedade de objetivos do leitor diante dos diferentes gêneros literários. São leituras multiformes que concretizam a curiosidade do leitor.
O uso de matérias textuais ou não textuais será prioridade nas atividades da sala de leitura. Figuras diversas, charges, gráficos, jornais, revistas, textos próprios e coletivos, bulas, encartes, livros didáticos, dicionários, livros, filmes, músicas farão parte da estrutura do ambiente.
A leitura silenciosa e a leitura oral serão atividades propostas como condição de aperfeiçoar a oralidade e a escrita e nunca como atividade avaliativa e/ ou repressiva, inibindo o aluno e envergonhando-o diante dos outros. A participação nestes tipos de leitura será espontâneo, respeitado quando não houver participação de todos.
O uso diversificado das obras literárias deve ser planejado de acordo com a aprendizagem individual. Nas séries iniciais ao escolher um livro deve-se levar em conta o tamanho das letras impressas, o tipo de letra e que sejam de preferência com espessura fina.
A elaboração de livros coletivos deve ser entendida como uma atividade que faz com que a criança formule o seu pensamento, seja criativo e participativo na composição de uma obra literária, além de estimular uma aprendizagem significativa e lúdica. O trabalho coletivo é um recurso adotado para que se processe o aprender a aprender, em que a troca de informações e sugestões faz com que todos se voltem para um único objetivo que é a construção da escrita e da leitura.

As produções individuais podem estimular à leitura. Nesta atividade pode-se reunir os desenhos, os signos escritos e as histórias relatadas em sala de aula que foram redigidas pelo professor. A reunião destes materiais contribui para a confecção de um
portifólio. A importância dada às produções individuais, faz com eles sintam-se valorizados e apresentem interesses em desenvolver e produzir cada vez mais.
Às vezes uma simples leitura é suficiente. A leitura às vezes é como uma música que se quer ouvir e não dançar. (CAGLIARI, 1993, p.181)


CRONOGRAMA




AVALIAÇÃO


A avaliação do trabalho com os alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Domingos Gouvêa será através de relatórios desenvolvidos mensalmente das atividades realizadas e participação dos alunos, como contribuição para mudanças de estratégias.
O desenvolvimento do trabalho do professor da Sala de Leitura é incentivar o leitor a aprimorar os seus dotes literários e não se utilizar desses instrumentos de participação como reprovação ou aprovação. Busca-se a autonomia e a reflexão diante da diversidade textual.
Pode-se junto ao Professor e Equipe Técnica, compreender a dificuldade de alguns alunos e especificamente realizar um trabalho voltado para o desenvolvimento cognitivo do ser, do fazer, do aprender.


REFERÊNCIAS


BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura Editor. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. 6 ed. São Paulo: Scipione, 1993.

ESCOLA, Nova , A Revista de quem Educa- Edição Especial nº 22, março, 2009 Alfabetização

FOUCAMBERT, Jean. A Leitura em Questão: trad. Bruno Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler em três artigos que se completam, 48 ed. São Paulo: Cortez, 2006.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais/ Secretaria de Educação Fundamental- Brasília: MEC/SEF, 1997, 126p